terça-feira, 17 de julho de 2012

FILHO DESOBEDIENTE! O QUE FAZER?


Este texto maravilhoso, me foi enviado pelo Ministério OIKOS. 
Vale muito a leitura. Pr. Alexandre Caroni


FILHO DESOBEDIENTE! O QUE FAZER?
Por: Inês Bellan Pereira

Antes de pensar em como mudar o comportamento de outra pessoa é importante questionar o próprio comportamento. Perguntar a si mesmo de que maneira as suas atitudes podem estar contribuindo para provocar ou permitir a atitude do outro.

Isto vale para o relacionamento pais e filhos também.

O comportamento dos filhos, muitas vezes, é uma reação à atitude dos pais, um reflexo do relacionamento familiar.

As crianças não nascem obedientes ou desobedientes. Elas aprendem uma coisa ou outra, no convívio com a família.

A desobediência, algumas vezes, pode ser uma forma da criança reclamar uma necessidade não atendida. Muitos pais têm seu tempo tão ocupado que só param para olhar para o filho quando este faz algo de errado. Só se fazem presente para corrigir as falhas de comportamento.

Neste caso a criança entende que precisa agir errado para ser notada pelos pais. Como para ela é melhor ter os pais presentes brigando do que não tê-los por perto, o comportamento errado passa a fazer parte constante de sua vida.

É importante lembrar que algumas atitudes de desobediência são previstos , fazem parte do desenvolvimento normal da criança.

Por exemplo: até dois anos de idade a criança diz muitos "não" para os pais. Esta atitude é como um exercício de auto-afirmação , uma maneira dela se descobrir como pessoa separada e independente dos adultos. Este comportamento não deve assustar os pais. A partir dos três anos a criança já tem condição de aprender a obedecer regras simples.


Em torno dos 9 e 10 anos, ela começa a desenvolver o pensamento crítico. Passa a perceber os erros e defeitos dos pais a criticá-los.

Nesta faze são esperados comportamentos de desobediência, no entanto, não quer dizer que os pais tenham que tolerar constantes atitudes agressivas, repetidas crises de raiva e comportamentos vingativos. Isto foge a normalidade.

"É natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem" ( Pv. 22:15).

O que os pais podem fazer em relação a desobediência

É muito importante estabelecer normas claras de maneira que a criança entenda bem o comportamento que os pais esperam dela. Isso gera segurança.

Quando estas normas não são estabelecidas com clareza, as chances de comportamentos indesejados são constantes.

É bom que os filhos saibam o que os pais querem que eles façam e não apenas o que eles não façam. Por exemplo: ao sair de casa, ao invés de dizer ao  filho que não quer que ele bagunce a casa e que bata no irmãozinho menor,  diga que espera que ele mantenha a casa arrumada e que cuide bem do irmão.

Quando dizemos as coisas de maneira positiva temos mais chances de ter um retorno positivo.

As  normas da casa, não devem fazer parte de uma lista interminável. A criança não terá condições de absorver tudo. É importante que sejam colocadas aos poucos de maneira que ela possa compreender e que estejam de acordo com idade dela.

Para ajudar no cumprimento das normas é importante motivar e reforçar de maneira positiva o seu cumprimento. Muitos pais não agem assim porque acham que obedecer é obrigação da criança. Mas é muito bom elogiar a criança quando ela faz a coisa certa. Isto a faz ter vontade de acertar, de ser melhor.
As conseqüências da desobediência também precisam estar claras. A criança precisa saber que há punição pelo erro. E para que isto tenha efeito, estas conseqüências precisam ser cumpridas.

De nada vai adiantar fazer uma ameaça e não leva-la adiante. Como também cumpri-la nos momentos de raiva e deixar passar em momentos de calma.Isto só confunde a criança e a leva a não acreditar nos pais.

Neste caso é preciso bom senso e equilíbrio para estabelecer estas conseqüências de maneira que os pais tenham condições de fazer valer sua palavra. Fazer uma ameaça impulsionado pela raiva pode levar a exageros que não poderão ser cumpridos.

Por exemplo, quando a mãe diz que vai deixar o filho um ano sem televisão. Castigos assim são piores para os pais, os colocam em situações difíceis.

Algumas conseqüências são mais difíceis para os pais do que para os filhos, o que leva os pais a tentar poupa-los muitas vezes. Quando se diz, por exemplo que a criança vai ficar sem bicicleta caso não chegue até determinada hora, mas antes do tempo encerrar a mãe vai chamá-la. Neste caso a  mãe vigia o horário para evitar que o filho fique de castigo.

A criança percebe que o castigo doe mais na mãe do que nele. O que o deixa mais à vontade para não obedecer.

Os filhos precisam saber que os pais estão lhes dando uma escolha. E que as conseqüências são resultados dela e não de uma atitude maldosa dos pais.

Isto ajuda as crianças a entenderem que são responsáveis por sua ações.

Os filhos também precisam perceber claramente que a autoridade dos pais não está sendo exercida simplesmente por capricho destes, mas para lhes ensinar o que é certo, ou seja, que estão agindo para o bem dos filhos.

Amor e correção precisam andar juntas. Correção por raiva, descontrole e vingança passa a ser agressão, gerando revolta além de despertar na criança um comportamento agressivo. Muitas crianças agressivas com os colegas estão reproduzindo o comportamento dos pais.

Quando a correção é feita com prudência, sabedoria e moderação a criança entende que está sendo ensinada e não agredida.

Para que tudo isto tenha um bom resultado é muito importante que pai e mãe estejam de comum acordo. Quando o pai desfaz um ordem da mãe ou vive-versa, o filho deixa de respeitar a ambos e isto trás prejuízo para a família toda.
É imprescindível que os pais saibam que seu comportamento, seu exemplo fala muito alto. Exigir dos filhos um comportamento e agir de outra forma passa uma mensagem contraditória que gera confusão, desrespeito e falta de credibilidade.

Pais são modelos para os filhos. O pai que exige  que seu filho fale baixo e respeite a mãe mas só fala gritando e não respeita sua esposa está sendo incoerente. Não convencerá seu filho a agir certo.

Infelizmente não nos preparamos para ter filhos. Aprendemos por ensaio e erros. Muitas vezes depois de muitos erros, alguns difíceis de serem reparados. Portanto é importante a leitura, a busca de conhecimento, de consciência.

Afinal é a família que está em questão .

Vivemos tempos difíceis e a família precisa ser salva para que os projetos de Deus sejam realizados. Para isto Deus espera que os pais tenha responsabilidade de amar e disciplinar.
Não é uma tarefa fácil, mas é a missão mais importante que temos a realizar.

" Os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre de seu galardão" ( Salmo 127:3)